Um amigo por quem também tenho admiração, @paulobedraninstrutor, escreveu um texto denominado "Fábrica de mestres".
Como
concordo com ele e tenho a impressão que o tiro tem se tornado quase
uma ciência intergalática, compartilho meu comentário (com alguns
acréscimos).
Um certo filme de operações especiais no Brasil,
apesar de excelente, deixou um efeito colateral: a ideia de que ou você é
de operações especiais ou não é nada. Convencional foi o nome dado.
Não
vejo problema na questão das OpEsp. Contudo, não podemos deixar de lado
aqueles que estão no patrulhamento atendendo as ocorrências diárias ou nas investigações à paisana tentando solucionar crimes e encontrar suspeitos. É
preciso um olhar na direção deles também, já que são os mais vitimados.
Mas
ainda vivemos sob esse efeito, inclusive nas linhas de tiro, onde
instrutores e colegas comparecem como se fossem pra guerra. Tudo é
tático! O curioso que andam de calça jeans, tênis e camiseta nos dias
normais.
E esse deve ser o "uniforme", pois é assim que se
enfrenta o perigo na realidade nacional. Quando ministro certas aulas,
meu uniforme é o tênis, a calça jeans e a camiseta. Assim falo a
linguagem do meu colega.
Ao mesmo tempo vivemos a indústria do
IAT, reinventando a roda, descobrindo a galinha dos ovos de ouro, "redescobrindo" novidades das décadas de 50, 60, 70, 80, 90.
Agora
percebo a divisão entre o tradicional, o intermediário e o avançado com
se fossem coisas apartadas. Só que no tiro, as decisões e as
ocorrências continuam as mesmas.
Como tenho a concordância de outro grande amigo, @agrelli.boi, o policial precisa saber 6 coisas:
1) Atirar.
2) Sanar panes.
3) Recarregar.
4) Buscar proteção.
5) Aplicar um torniquete.
6) E o mais importante, DECIDIR a hora de fazer isso tudo.
E para o item 6, nós só precisamos duma boa e sincera conversa. Nada mirabolante...
Também acho que estou ficando velho, já que outro amigo só me chama de rabugento.
Parafrasendo um grande policial (@aguia.28), no seu divertido inglês: My bag is full and down!"
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