sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Conhecendo mais sobre o livro Autodefesa



1. Da onde surgiu a ideia de criar essa história? O que te inspirou para escrever o seu primeiro livro ? 

O livro Autodefesa é a primeira parte de um projeto literário orientado para policiais que foi iniciado em 2002, após a conclusão do Curso de Instrutor de Tiro da Polícia Federal. Em razão da extensão do tema, esse projeto foi dividido em quatro elementos: Autodefesa; Sobrevivência Policial; Estresse e o Confronto Armado; e Armamento e Técnicas de Tiro.


2. Como foi escrever um livro? Por que começou a escrever? 

Escrever o livro Autodefesa foi uma das atividades mais motivadora e desafiadora que já suportei. Envolveu muito estudo e, principalmente, um enorme desejo de alertar os bons brasileiros sobre as possibilidades de sucesso em situações de conflito com criminosos. Foi um desenlace sobre a única dica policial que ainda persiste na sociedade: a ideia de que nunca se deve reagir. O livro é uma demonstração de que existem opções de resposta quando tudo parece perdido. O livro começou a ser escrito quando percebi que muitos policiais federais eram vitimados antes mesmo de serem capazes de utilizarem suas armas de fogo. Portanto, não era uma questão de técnicas de tiro ou artes marciais, mas de compreensão sobre as dinâmicas do crime, de prevenção, treinamento mental e opções de comportamento antes e durante um crime.


3. O livro é baseado em suas experiências ou de alguém que você conhece? 

Sim. Existem experiências pessoais, de pessoas da família, de policiais (civis, militares e federais) e outros brasileiros que foram bem sucedidos ou que não tiveram tanta sorte. Os nomes foram alterados visando preservar a identificação dessas pessoas.


4. Como surgiu o título? 

O título surgiu da terminologia inglesa self-defense, que indica a capacidade do indivíduo se defender e resistir à violência por conta própria, sem ter que esperar a polícia.


5. Se você tivesse que fazer tudo de novo, você mudaria alguma coisa em seu livro? 

Certamente. Na verdade, incluiria novos exemplos de pessoas que tomaram uma decisão e se salvaram, apesar dos ferimentos. É o caso, por exemplo, das duas tentativas de assalto contra o ator e comediante Castrinho e sua esposa em junho de 2013. Foi a ação dessa corajosa mulher que salvou o casal.


6. Existe alguma coisa que você encontra particularmente desafiadora em sua escrita?

A coisa mais desafiadora é convencer as pessoas de que elas estão em perigo e que esse perigo aumenta ou diminui de acordo com suas ações ou omissões. Geralmente, pessoas de bom coração não gostam de falar ou tratar de assunto tão preocupante e aterrorizador. Elas têm o pensamento da "ovelha", uma referência ao artigo "On Sheep, Wolves, and Sheepdogs", do coronel americano Dave Grossman.


7. Qual foi a parte mais difícil de escrever seu livro?

A parte mais difícil foi dividir o tempo entre o trabalho, os estudos, a família e outras demandas pessoais.


8. Quais autores são referência para o seu trabalho?

Apesar da literatura ser inédita no Brasil, tenho grande consideração por aqueles que compreendem a necessidade de estar pronto para a hora da verdade: Mestre Kobi Lichtenstein (Kravmagá), Deputado Federal Sérgio Olimpio (um dos autores do livro Reaja! Prepare-se para o confronto), Massad Ayoob (ex-policial e escritor americano), policiais e estudiosos que colaboram com o FBI Law Enforcement Bulletin, dentre outros.


9. No que você está trabalhando agora? Pode nos contar qual sua inspiração para o próximo livro?

Agora estou trabalhando no segundo elemento do projeto inicial, ou seja, a Sobrevivência Policial, que espero publicar pelo Clube de Autores em 2018. Trata de um estudo estatístico e comportamental que tem o objetivo de salvaguardar a vida dos policiais brasileiros e servir de guia para uma mudança de comportamento policial e do treinamento oferecido pelas academias de polícia.


10. Que livros mais influenciaram a sua vida?

Nenhum livro chegou a influenciar minha vida, mas a leitura de centenas de artigos escritos por policiais e pesquisadores da área que abriram os horizontes da minha experiência profissional e como autor do livro Autodefesa. Infelizmente, todos os artigos são estrangeiros, o que demonstra como estamos atrasados na produção de dados e conhecimento policial. Além disso, foi o convívio e o aprendizado que tive com magníficos Agentes da Polícia Federal, Policiais Militares e Policiais Civis durante esses 18 anos de atividade policial.


11. Que livro você está lendo agora?

Agora estou estudando, lendo, relendo, escrevendo, reescrevendo, pesquisando para o segundo livro: Sobrevivência Policial.


12. Quem é o seu autor favorito e o que é que realmente impressiona sobre o seu trabalho?

Meu autor predileto é o FBI (Federal Bureau of Investigation), seus relatórios, pesquisas, artigos e boletins. O trabalho desenvolvido pelo FBI é um manancial de conhecimento sobre a atividade policial.


13. Você tem algum conselho para os outros escritores? 

Nunca desista! Mesmo quando alguém próximo disser o contrário.


14. Você tem alguma coisa específica que queira dizer a seus leitores

Leiam o livro e fiquem a salvo.

Entrevista em dezembro de 2014.

3 comentários:

  1. Comprei o ebook , e esse livro é nota 10 , super informativo e não é monótono , recomendo.

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  2. Excelente livro. Já o li duas vezes... Recomendo.

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  3. Muito bom o livro, recomendo demais. Já passei para minha mãe, meu pai e minha esposa lerem. Sem dúvida é um INVESTIMENTO em segurança pessoal.
    Caro Humberto, grande abraço e sucesso!

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