quarta-feira, 17 de abril de 2013

A arma que mata está com o criminoso. (Parte 1)

Uma arma de fogo é um objeto inofensivo por natureza. Tão inofensivo quanto a faca que corta o pão; a madeira do pé de mesa; a viga que sustenta uma casa; as mãos que pintam quadros; as pernas que jogam bola; a panela de pressão que cozinha o alimento.

A arma de fogo no coldre do policial, além de inofensiva, é o instrumento que o protege daqueles empenhados desde cedo no crime e na violência gratuitas contra a comunidade. Uma arma nas mãos do homem bom é a última linha de defesa pessoal e familiar (talvez sua última chance) contra o resultado da política barata de segurança pública.

Armas de fogo, facas, pedaços de madeira, vigas metálicas, mãos, pernas e panelas são itens inertes. Apesar disso, uns são vitais, outros são importantes e alguns são necessários. A diferença entre a inércia desses objetos e a capacidade deles serem usados para ferir ou matar está apenas na presença humana. Não é qualquer presença, mas o ser humano hostil, incapaz de viver livre e em harmonia com os propósitos mais elevados da sociedade.

As armas de fogo não são o verdadeiro problema. As pessoas são o problema, inclusive aquelas que insistem em implementar leis de banimento ou controle intransigentes de armas, quer por ingenuidade ou ignorância dos fatos, seja a ignorância inocente ou dogmática.

Alguém já disse que armas não matam pessoas; pessoas matam pessoas. Por essa razão, muitos assassinatos são cometidos com facas, tesouras, machados, paus, pedras, garrafas, mãos e pernas. E exemplos de assassinatos sem armas de fogo não faltam: os ataques com faca que feriram quatorze pessoas numa universidade no Texas (EUA); o caso de uma atriz assassinada a golpes de tesoura; o caso de um índio queimado vivo num ponto de ônibus em Brasília/DF; o atentado terrorista em Boston (EUA) onde foram utilizadas panelas de pressão.

A diferença de uma arma para ataque e outra destinada a defesa se resume na utilização criminosa dessa arma. Assim, é o criminoso e não a arma o verdadeiro problema de segurança pública. Mas criminosos são idolatrados e romanticamente tidos por muitos como o resultado da injustiça social do mundo capitalista. Entretanto, a causa do crime e da violência não é a exclusão social ou a pobreza. Não é a falta de escolaridade ou de educação familiar. É o interesse próprio, a inveja, a preguiça, o descaso e a loucura do homem inclinado ao crime, seja ele um criminoso mirim ou um veterano.

Dito isso, e considerando que é mais fácil subjugar o cidadão honesto (o complacente pagador de impostos com endereço certo) do que implementar políticas sérias, profissionais e consistentes de segurança pública, surge o conceito desarmamentista, a última demonstração de frouxidão e desinteresse estatal no combate ao crime e a violência. Preguiça e desinteresse que impedem o Estado de solucionar os problemas do sistema prisional; que o impede de perceber que a cadeia não é lugar para ressocialização de delinquentes profissionais, mas um local destinado à separação de indivíduos perniciosos do restante da comunidade pacífica; que impede uma visão moderna da estrutura e da investigação policial, etc. Quanto a isso, basta dizer que o percentual de elucidação dos crimes no país está abaixo dos 10%. Essa cifra é tão triste quanto afirmar que “Dados oficiais mostram que 80% dos crimes ocorridos no Brasil são realizados com armas adquiridas legalmente.” quando outro estudo1, do qual participou a entidade Viva Rio, demonstrou que apenas 25,6% das armas apreendidas em circunstâncias criminais no Rio de Janeiro entre os anos de 1951 e 2003 possuíam registro oficial.

É possível determinar o calibre de uma arma utilizada num homicídio pelo exame da vítima e do projétil, mas nada disso impede a reincidência do assassino que está à solta e não foi alcançado pela baixa qualidade da investigação policial. É o que informa Fabrício Rebelo2:

"De acordo com um estudo produzido pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, subsistem, apenas naquele estado, 60 mil homicídios ocorridos na última década ainda sem elucidação. Destes, em 24 mil não se identificou sequer a vítima. Embora sejam dados assustadores, o fato é compatível com a realidade brasileira, que aponta uma taxa de solução de homicídios de apenas 8% ou, em termos práticos, somente 4 mil dos 50 mil assassinatos registrados anualmente no país, conforme os dados adotados oficialmente no Mapa da Violência 2011." (REBELO, 2011).

Não que isso seja culpa dos homens e mulheres de polícia, mas é o resultado do modelo policial engessado e da legislação que persistem no país. 

O maior erro nas leis desarmamentistas é acreditar que elas controlam as armas de fogo e diminuem a violência. Tais leis não conseguem controlar ou evitar aquilo que realmente interessa: o contrabando e o uso criminoso das armas, simplesmente porque criminosos não obedecem regras, estatutos ou leis. Essas normas apenas criam restrições que FORÇAM o desarme das pessoas honestas enquanto os criminosos continuam encontrando e utilizando suas armas ilegais. Nenhuma arma usada por delinquentes para matar cidadãos está sob controle. Mas é possível que armas legalizadas caiam nas mãos de bandidos? Claro que sim! Contudo, apenas um quarto das armas de fogo utilizadas em ações criminosas possuem registro. É o que disse o próprio estudo do Viva Rio.

Em recentes operações da Polícia Federal, além de quase uma tonelada de pasta base de cocaína, também foram apreendidos uma pistola Ruger .45 ACP, um fuzil FN Fal 7,62 mm e um fuzil Colt M16 5,56 mm com lançador de granadas e com as inscrições “Propriedade do Governo Norte Americano”. A Ruger e a Colt são americanas e a FN é belga. Então, como essas armas entraram no Brasil? Foram legalmente importadas ou foram contrabandeadas? Por onde? Por quem? Por quê? Como? Quando? As leis desarmamentistas são incapazes de responder essas perguntas e de controlar essas armas. Essas são as armas importadas que equipam quadrilhas especializadas e grupos organizados. E como é o controle do bom e velho 38, por exemplo? Depende de quem o possui: se estiver nas mãos do cidadão, está sob controle rígido ou foi entregue para destruição na campanha do desarmamento; se estiver nas mãos criminais para matar inocentes, está nas ruas em local incerto e não sabido.

A entrega de armas na campanha do desarmamento é outra questão. O post denominado “Primeiro mês do ano registra aumento de 51% de armas entregues” diz que “O ano de 2013 começou com um significativo aumento de armas de fogo entregues pela população à Campanha do Desarmamento. Em janeiro, saíram de circulação 3.714 armas de fogo, 51% a mais do que as recolhidas em dezembro do ano passado (2.373).” O texto sugere que milhares de pessoas estão aderindo voluntariamente ao desarmamento por acreditarem que menos armas indicam menos assassinatos (questão que será tratada na parte 2 desse artigo). Mas a história informa que o Estado autorizou o registro de armas de fogo sem que os proprietários precisassem se submeter aos requisitos previstos na Lei nº 10.826/2003 (a chamada anistia). Com isso, muitas pessoas recadastraram suas armas, cumprindo um dever cívico. Agora, essas pessoas estão retornando para renovar seus registros. Entretanto, com o fim da anistia, os proprietários são informados que precisam preencher os requisitos da lei. Para se desvencilhar da burocracia e do custo do procedimento, a maioria está entregando suas armas a contragosto. Não há qualquer convencimento de que esses infelizes cidadãos, as vítimas em potencial, estão participando ativa e voluntariamente do desarmamento.

Outro texto que merece atenção foi publicado na página no IPEA em 01/04/2013. O artigo denominado “Compra de armas por pessoa cai 40,6% após Estatuto” informa o seguinte, quando se refere ao perfil do consumidor de arma de fogo:

“Os jovens de 20 a 29 anos superam em 172% as pessoas 20 anos mais velhas na compra de armas, mas a queda da demanda dos jovens foi de 51,2% após o Estatuto. Embora tenham menor renda, os analfabetos e as pessoas com até 3 anos de estudo compram armas com o dobro da frequência observada entre pessoas com 12 anos ou mais de estudo. Por estrato de renda, as chances de compra são maiores entre os membros da classe C, que superam em 7,5% e 103% as aquisições das classes AB e E, respectivamente.” (IPEA, 2013). (Grifo nosso).


Esse texto leva à conclusão de que os dados foram obtidos por meio de ENTREVISTA PESSOAL. Se isso estiver correto, então os dados estão de acordo com a realidade do submundo das ARMAS ILEGAIS. Até porque o Estatuto proíbe a comercialização de armas de fogo para menores de 25 anos idade. Homens, jovens, solteiros, de baixa renda e pouca escolaridade, exatamente o perfil do criminoso violento e das vítimas por armas de fogo no Brasil, conforme demonstra o Mapa da Violência 2013, e que NÃO estão devolvendo suas armas. Além disso, como alguém semialfabetizado e sem renda para as necessidades fundamentais teria condições e capacidade para atender os seguintes requisitos (compra de arma REGISTRADA):


1.  Declarar a efetiva necessidade do armamento;
2. Comprovar a idoneidade, com apresentação de certidões negativas de antecedentes criminais fornecidas pela Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e não estar respondendo a inquérito policial ou a processo criminal;
3.   Apresentar documento comprobatório de ocupação lícita e de residência certa;
4.  Comprovar a capacidade técnica e a aptidão psicológica para o manuseio de arma de fogo.


É óbvio que o percentual de aquisição LEGAL de armas de fogo por homens adultos, casados, alfabetizados e com renda acima da média está em declínio, pois esse é o objetivo e o resultado das restrições impostas às pessoas que desejam exercer o direito de autodefesa. É esse também o perfil dos que tentam comprar armas legalmente. Infelizmente, é o mesmo perfil daqueles que estão entregando sua última chance de defesa.

Portanto, as armas que matam e trazem o terror aos cidadãos não estão nas mãos da sociedade ordeira, dos policiais ou militares, mas nas garras de criminosos profissionais (menores, jovens e adultos). Desarmar o cidadão e permitir que esses criminosos ordenem atos de violência de dentro do sistema prisional é um dos exemplos da omissão, inabilidade e amadorismo que cercam a segurança pública. O cenário só não é devastador em razão do empenho dos policiais engajados na luta contra o crime. É o estilo de vida desses profissionais e o desejo de fazer o bem, apesar das adversidades, da desmotivação e da descrença, que impedem o desmantelamento completo da segurança social.


Fonte 1: Small Arms in Brazil: Production, Trade, and Holdings, 2010;
Fonte 2: REBELO, Fabricio. Falta de esclarecimento dos crimes impede traçar perfil criminal brasileiro. Jus Navigandi, Teresina, ano 16, n. 3009, 27 set. 2011. Disponível em: <http://jus.com.br/revista/texto/20081>.
Fonte 3: Compra de armas por pessoa cai 40,6% após Estatuto, IPEA, 2013.

quinta-feira, 21 de março de 2013

Opiniões sobre o livro Autodefesa Contra o Crime



Confira as opiniões dos leitores sobre o livro Autodefesa Contra o Crime e a Violência.

"Já encomendei o meu! Aguardando ansiosamente a chegada dos Correios!" Sérgio Ramos.

"Estou ansioso para poder contemplá-la (a obra)!" Romildo Júnior.

"Quero ler!" Tânia Maria.

"Autodefesa, direito do cidadão!" Thadeu Almeida.

"Para quem se importa com a própria vida e de quem ama!" Renan Vago.

"Aprenda a se defender!" Marcelo Penna.

"Eu já tô correndo atrás do meu..." Alexander Nascimento.

"Leitura fundamental nos dias atuais. Eu recomendo!" Olavo Sanjunior.

"Leitura importante!" John Laden.

"Para refletir nas possibilidades que nos cercam..." Wikyson Santos.

"Se defender é um direito... Faça da forma correta." Eric Rubiale.

"Movimento Viva Brasil recomenda." Henry da Silva.

"Será meu livro de cabeceira em 2013!" Narciso Carlos.

"Show de bola e vou adquirir!" Pablo Resende.

"Beleza! Comprei o livro." Raphael Batista.

"Excelente leitura! Recomendo à todos." André Langner.

"O meu chegou ontem. Estou começando a leitura." Jorge.

"Recebi anteontem e já li inteiro. Agora vou passar pra fase analítica e estudá-lo. Muito técnico e útil. Gostei demais. Aguardo novas publicações." André Langner.

"Muito bom! Melhor que a 'reação cidadã'..." Athos.

"Comprei agora!" Eduardo Bernardes.

"Ainda bem que tem escritores que falam a verdade!" Gilza Pany.

"Já comprei!" Ademar Neto.

"Boa literatura!" Alx ST.

"Acabei de fazer meu pedido!" Geraldo Medeiros.

"Já encomendei o meu!" Alex Kronemberger.

"Já comprei o meu livro!" Vladimir Brito.

"Recomendo!" Adriana Souza.

"'50 Tons de Cinza' pode até 'salvar' seu casamento, mas esse pode te ajudar a salvar sua vida... Cada um com seu livro de cabeceira..." Alysson Azevedo.

"Adquirido! São ensinamentos valiosos, por isso não vejo a hora do meu livro chegar!" Enrique Santos.

"Vou comprar correndo!" Anônimo.

"Acabei de comprar! Que bom que saiu!" Mamede.

"Finalmente, o tão esperado livro!" Elzo.

"Há bastante tempo estava esperando essa obra!" Daniel Leão.

"Muito bem-vindo esse livro!" Paulo Scarasati.

"Meu livro finalmente chegou! Passei por uma situação hoje que se eu tivesse lido no livro antes, talvez teria resolvido mais rápido. Vou devorar o livro! Estou lendo e gostando muito!" Carlos.

"O meu chegou ontem, apesar da demora de 15 dias! A editora me disse que não esperava tantos pedidos. Ótima leitura! Recomendo!" Hugo.

"Já recebi seu livro e comecei a ler. São informações muito úteis de fato. Irei iniciar a Academia de Polícia Civil do RJ no mês que vem, e seu livro certamente me ajudará nessa nova caminhada como Policial Civil no RJ. Irei recomendar seu livro para todos na ACADEPOL. Muito obrigado por compartilhar conosco seu conhecimento." Anônimo.

"Agora vou ler com toda atenção que o tema merece." Carlos Vidal.

"Já recebi meu livro e já estou na metade dele. Excelente livro, meus parabéns e já estou na espera do próximo." Diego Guedes.

"Comprado, Aguardando chegar!" Marcelo Neves.

"O meu também atrasou um pouco devido à quantidade de pedidos. Já estou quase terminando a leitura. Recomendadíssimo!" Rafael Cruz.

"Estou no aguardo do meu. Assim que chegar tecerei comentários em meu blog. Fiz questão de anunciá-lo no mesmo." Anônima.

"Compra efetuada! Se for no mesmo nível do blog será ótimo." Anônimo.

"Leitura indispensável para quem se preocupa com segurança." Sérgio Ramos.

"Excelente livro! Ele nos faz relembrar muitos ensinamentos básicos e aprender outros. Pra ler e reler sempre. Para o blog espero ansioso novos artigos; o nível é de excelência. Com certeza comprarei outro livro do Humberto, quando for lançado." Valdeir, Perito Papiloscopista.

"Pelo conteúdo da capa parece ser um livro bem interessante. Deve dar muitas dicas para evitar uma tragédia em situações de perigo." CHS Importados.

"Excelente livro, todas as pessoas deveriam ter a oportunidade de lê-lo. O meu chegou rápido, no começo a demora decorreu do bum do lançamento." Paulo Scarasati.

"Já comprei, estou com ele em mãos. Resumo: excelente!" Ricardo Rodrigues.

“Eu estou lendo a sua obra (Autodefesa) que chegou em casa esta semana, e gostei muito do conteúdo. Após a leitura de alguns capítulos, a minha forma de olhar e interpretar as pessoas mudou totalmente. Sinceramente, sinto que a minha percepção ao andar nas ruas aumentou satisfatoriamente.” Leandro Ito.

"O livro é verdadeiramente único em relação ao valor que trará às vidas daqueles que o adquiriram." Augusto Cubas.

"Acabei de ler o livro ontem, o autor foi muito feliz na publicação. Recomendo a todos." João Felipe.

"Comprei o livro assim que soube de sua existência e estou esperando chegar para começar a leitura." Gustavo.

"Já comprei o meu." Sérgio Trindade.

"Já comprei, estou lendo. A cada capítulo fico mais interessado." Ricardo Rodrigues.

"Já encomendei o meu." Hildon Costa.

"O livro é excelente, gostei MUITO mesmo." Vanderlei Nascimento.

"Eu quero! Todo cidadão deveria ler e, quem sabe assim tentar reverter a violência em nosso cotidiano ou num momento de tensão escapar com vida das investidas do bandido." Paula Almeida.

"Eu tenho um." Talita Baldez.

"Muito show esse livro." Otávio Nina.

"Comprei e estou lendo. Muito bom!" Léo Oliveira.

"Muito interessante...Vou procurar aonde venda e comprar um!" Leonardo Antanas.

"Eu já li e recomendo. Muito bom mesmo! Soraia Souza.

"Eu quero!!!" Jucianne Almeida.

"Já adquiri o meu!!!" Mônica Sampaio.

"Eu quero!" Isis de Oliveira.

"Eu preciso." Maila Silva.

"Recomendo..." Jane Freitas.

"Já comprei o meu." Nilo César.

"Vai adorar este livro." Cláudio Sales.

"Abordando de maneira prática e sem retórica tema de relevância crescente no Brasil, o livro dá dicas de prevenção e de aprimoramento sensorial contra perigos casuais, trazendo ao leitor um conteúdo ao mesmo tempo simples e abrangente, sem deixar escapar nenhum detalhe. Com certeza, uma obra para ser lida e relida." Daniel Leão.

"Eu mesmo não imaginava que seria tão bom esse livro, fiquei surpreso, recomendo mesmo!!!" Fanpage Eu Nasci Pra Ser Polícia.

"Meu nome é Paulo Albuquerque e sou diretor técnico e fundador da Kombato Ltda, empresa que tem, dentre seus clientes, a segurança presidencial, Marinha do Brasil, Rede Globo de Televisão. Adquiri seu livro, depois de uma aluna minha, Lia, emprestar o livro. Achei ele simplesmente sensacional. É difícil eu elogiar algum material produzido no Brasil, mas o seu realmente merece todos os comentários positivos. Só fico triste por eu mesmo não ter escrito este livro!" Paulo Albuquerque, Kombato Ltda.


"Item indispensável em sua biblioteca particular/pessoal..." Paulo Leão.

“Li e recomendo a leitura para todos aqueles que de uma forma ou outra se preocupam com a onda de violência no Brasil.” Guilherme Mendes.

"A todos civis e militares se tiverem oportunidade de ler." Geraldo Aldair.

Para adquirir o livro, acesse o site do Clube de Autores (www.clubedeautores.com.br), faça seu cadastro, siga as instruções e fique a salvo!

quarta-feira, 6 de março de 2013

Autodefesa Contra o Crime e a Violência


Quantas vezes você já pensou na possibilidade de ser vítima de um criminoso? Como se sentiu diante dessa possibilidade? Como seria se você estivesse diante de um assassino ou maníaco sexual? E o que infelizes vítimas de assassinos, torturadores e estupradores pensaram e fizeram ao se verem à beira da morte? Elas rezaram e esperaram um milagre? Elas esperam a polícia? Simplesmente aceitaram a morte, a tortura e a violência sexual por que estavam com medo ou não sabiam o que fazer? A própria polícia as ensinou a nunca reagirem, mesmo diante da morte certa? E o que faria se fosse com você?

É para responder essas perguntas que este livro surgiu, ou seja, oferecer o conhecimento necessário para que as pessoas sejam capazes de se defenderem antes e durante um crime.

Denominado AUTODEFESA CONTRA O CRIME E A VIOLÊNCIA – Um guia para civis e policiais (Clube de Autores, 2018, 332 páginas, 1ª edição), o livro aborda os fundamentos da prevenção contra o crime e a violência; os critérios utilizados por criminosos para selecionar suas vítimas; a identificação de situações potencialmente danosas; a dinâmica do medo com sugestões para o gerenciamento das emoções; e o treinamento mental para lidar com incidentes críticos se o pior acontecer.

A obra também representa um avanço na literatura nacional sobre a autodefesa, pois no mercado nacional existem pouquíssimos títulos sobre o tema, e os que existem simplesmente informam que a vítima jamais deve reagir. Quer dizer, são livros que ensinam você a não fazer nada mesmo no pior momento de sua vida.

Apesar de o assunto também ser de interesse policial, a prevenção contra o crime e o treino mental tratam da responsabilidade pela própria segurança e a tomada de decisões críticas em situações de risco de morte.

Obviamente se a vítima for um policial ou estiver armada, a resposta indicada, se o pior ocorrer, parece ser o uso da arma. Mas isso não diminui a importância da prevenção, pois o que se pretende é evitar o perigo e não confrontá-lo todos os dias. Pouquíssimas pessoas são capazes de negar a necessidade de se evitar os assassinos, os torturadores, os assaltantes, os ladrões, os estupradores, os golpistas, etc.

Uma máxima é certa, em se tratando da autodefesa, e ela diz que a competência é sem valor a menos que possa ser utilizada no momento da necessidade; assim, o resultado obtido no passado é de nenhum valor, pois o que conta é aquilo que se pode fazer sempre. Assim, você precisa se convencer de que sua capacidade para estar protegido será temporária se não for cultivada por meio de ações contínuas e baseadas na realidade.

Para adquirir o livro, acesse o site do Clube de Autores (www.clubedeautores.com.br), faça seu cadastro e siga as instruções.


Boa leitura!


Humberto Wendling é Agente Especial e Professor de Armamento e Tiro da Polícia Federal.
E-mail: humberto.wendling@gmail.com
Blog: www.comunidadepolicial.blogspot.com





SUMÁRIO

INTRODUÇÃO
Por que evitar o perigo é a melhor estratégia?
Mas eu estou em perigo?

Os sete componentes da autodefesa
Componente número 1 – Psicologia de sobrevivência
Componente número 2 – Inteligência de sobrevivência
Componente número 3 – Entendendo a seleção da vítima
Componente número 4 – Reconhecendo o comportamento predatório
Componente número 5 – Táticas preventivas
Componente número 6 – Teoria da opção de resposta
Componente número 7 – Método de treino

O processo de seleção das vítimas
Critérios para seleção da vítima
O que um criminoso procura?
O estudo de Grayson e Stein
A análise do vídeo
Como isso se aplica à teoria da prevenção?
E então? Como eu posso usar essa informação?
Conclusão

OS Fundamentos do estado de alerta
Os criminosos violentos não são diferentes das outras pessoas?
A comunicação é predominantemente não verbal
Por que isso é importante?
O que é o estado de alerta?
O que é uma autodefesa bem-sucedida?
A linha de tempo entre o predador e a presa
Sabendo o que procurar
Compreendendo o que são áreas de risco
Prestando atenção
Pontos para lembrar
E então? Como posso utilizar essa informação?

Fazendo a coisa certa na hora certa
Deixe claro seu padrão de sucesso
Você precisa de um sistema integrado de autodefesa, e não de uma receita
Saiba por quem e pelo que vale a pena lutar
Saiba seus direitos e as consequências legais de uma ação desastrada de autodefesa
Conhecendo o esquema do Sistema Integrado de Autodefesa
Conhecendo a Pirâmide da Segurança Pessoal

Estratégia preventiva
Os fundamentos da prevenção
As táticas preventivas

ESTRATÉGIA DE RESPOSTAS
Avalie a situação e depois decida qual a melhor opção para se salvar
As cinco opções de resposta
A prática faz a perfeição

Eu acho que vou ser assaltado hoje
A complacência é a inimiga da segurança pessoal
Mas a complacência é uma função natural do cérebro
Você se torna complacente pela exposição repetitiva a situações ameaçadoras sem consequências
A solução para a complacência é estabelecer hábitos de segurança mesmo na ausência de um perigo visível
Então, o que fazer?

Os SEIS estágios do crime violento
Um importante lembrete legal
HIO (versão resumida)
Os seis estágios do crime violento
Conclusão

CONHECENDO O medo
A definição para o medo
Como isso funciona?
Tipos de medo
E quais são as características das funções orgânicas durante o medo?
Como o medo e o estresse afetam sua capacidade de ação e reação?
Mas por que eu preciso saber essas coisas?

Sugestões para o gerenciamento do medo
Conhecimento é poder
A importância do treinamento
Seu novo comportamento
Valor da sua vida
Acredite que você controla o seu destino
Não negue o que está acontecendo
Pense positivo
Tenha um plano alternativo
Concentre-se na tarefa em mãos e tente manter a calma
Pratique o treinamento mental

treinamento mental
Introdução
Então, o que é o treinamento mental?
E como isso se aplica à autodefesa?
Iniciando a prática da visualização mental na autodefesa
O que incluir na visualização mental?
Pontos para lembrar

SAIBA POR QUEM E POR QUE VOCÊ QUER VIVER

EU Acho que vou usar minha arma
A arma é sua, está na sua casa ou no seu trabalho ou com você. Então, você é o único responsável
Leia o manual de instruções, acesse o site do fabricante e obtenha informações com profissionais competentes
Treinamento dinâmico e tiro instintivo
Um conselho de pai
Uma arma não é para blefe
Você consegue atirar em alguém?
Sua decisão em atirar e a alegação de legítima defesa
Pense na arma como instrumento para auxiliar sua fuga
Pontos para lembrar

E o que eu faço quando alguém estIVER atirando?

É agora!

Referências

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Lar, doce lar! (Parte 2)

Como policiais temos dificuldades em nos imaginarmos como vítimas da violência. Nós concluímos que furtos, roubos, invasões de domicílios e execuções só ocorrem com as outras pessoas, mas não conosco. Afinal, NÓS SOMOS OS POLICIAIS. E quem seria idiota o suficiente para tentar furtar, roubar, invadir nossas casas ou nos matar? Infelizmente, o mundo está cheio de bandidos estúpidos que fazem do crime uma profissão. E eles podem atingir qualquer pessoa, inclusive policiais.

Agora preste atenção nos noticiários por um momento. A circunstância principal na qual os policiais são mortos é o PERÍODO DE FOLGA, quando são vítimas diretas de um crime ou interferem num crime em andamento. Alguns criminosos podem atacar intencionalmente policiais uniformizados, suas viaturas ostensivas e os postos onde trabalham para roubar armas e munições. Esses ataques propositais também podem fazer parte de atentados contra a aparente ordem pública e a desejada paz social. Recentemente, porém, nós também temos percebido um aumento num estilo particular de assassinatos de policiais: a “vingança” ou “caçada”.


A polícia registrou mais um ataque a policial na região de Ribeirão Preto/SP. Um capitão da PM foi PERSEGUIDO por dois homens numa moto na noite do domingo (14/10/2012) e levou dois tiros (um na perna e outro na cintura). A vítima dirigia uma caminhonete quando notou que era seguido. Ele contou que os dois homens dispararam seis vezes contra o veículo. O policial conseguiu revidar e acertou os dois atiradores, matando um e ferindo o outro. Apesar de ferido, o policial conseguiu dirigir até o hospital da cidade. Os policiais militares paulistas estão em estado de atenção com os constantes ataques registrados contra a corporação. Foram seis ataques em menos de dois meses entre as cidades de Ribeirão Preto, Franca, Araraquara, São Carlos e Cravinhos. (ESTADÃO, 2012).


Em Aricanduva, zona leste de São Paulo, um policial foi EMBOSCADO por seis homens EM UMA ACADEMIA DE GINÁSTICA, por volta das 21h. Os bandidos dispararam pelo menos dez vezes contra o PM. Os criminosos não roubaram nada da academia nem da vítima. (R7 NOTÍCIAS, 2012).


No domingo (17/06/2012), mais um policial militar foi MORTO QUANDO CHEGAVA EM CASA, no bairro São Mateus, zona leste de São Paulo. Segundo a polícia, o crime aconteceu por volta das 9h, quando ele chegava do mercado com a mulher e a filha. (R7 NOTÍCIAS, 2012).


Pense sobre esses incidentes e suponha que você é o alvo de qualquer dos ataques. O que aconteceria? O que você faria? Como reagiria ante a possibilidade de alguns criminosos reincidentes seguirem você, sua esposa e seus filhos até sua casa para fazê-los as próximas vítimas? Certamente, essas são questões perturbadoras. Contudo, ainda mais perturbadoras são as possíveis consequências de tais incidentes.

Outra certeza que devemos ter é que a violência pode ocorrer com qualquer um de nós. A ideia de se tornar a próxima vítima pode provocar o desejo de nos tornarmos alvos difíceis para os criminosos. Existem indivíduos perversos desejando fazer coisas aterrorizantes, e muitos deles sequer se importam se somos policiais ou não, se estamos trabalhando ou descansando, se estamos sozinhos ou com nossas famílias, se ainda vibramos com a atividade policial ou se já "jogamos a toalha".

Nós não podemos impedir a intenção criminosa do delinquente, mas podemos nos tornar alvos mais difíceis de acertar para que os bandidos escolham outras pessoas. Isso parece insensível, mas sabemos que criminosos são preguiçosos. Se entre invadir uma casa protegida (com muro alto, concertina, cerca eletrificada, cachorro e um sistema de alarme) ou outra onde os moradores deixam a porta aberta, todos nós sabemos que o criminoso seguirá pelo caminho mais fácil. Portanto, tornar-se um alvo difícil começa exatamente com regras domésticas.

Existem coisas simples que você pode fazer para tornar todas as pessoas em sua casa mais seguras. A primeira e mais fácil delas é sempre trancar as portas e as janelas. Não importa se você vive numa cidade do interior ou na capital, sempre tranque as portas, portões e janelas. Existem muitos casos de bandidos que invadiram residências por uma porta ou janela aberta. Obviamente, uma porta trancada não vai impedir um invasor determinado, mas isso pode atrasá-lo o suficiente para que você alcance sua arma de fogo. E isso nos conduz ao próximo ponto: sempre porte sua arma quando estiver de folga e sempre tenha uma arma de fogo ao alcance das mãos quando estiver dentro de casa. Quando for dormir, ponha a arma ao lado da cama. Aproveite a oportunidade para deixar um telefone celular e uma lanterna acessíveis.

Quantos de nós já chegou em casa simulando uma entrada ou uma progressão, fez um fatiamento dos cômodos para verificar se o local está seguro (“limpo”)? Você pode conhecer cada centímetro da sua casa, mas já tentou progredir e fatiar os ambientes no escuro enquanto empunha sua arma? Saiba antecipadamente o que você deve fazer para ir de um cômodo ao outro; como fará o deslocamento no corredor; como realizará o fatiamento antes de entrar em cada quarto da sua casa enquanto seus filhos ainda dormem. Pense nisso e pratique de vez em quando antes que algo real aconteça. Pratique as técnicas que pretende usar com sua arma em total segurança (sem munição, sem carregador e travada).

Outras coisas simples que você pode fazer em casa é manter as cortinas/persianas fechadas durante a noite. Não dê aos criminosos a oportunidade de ver o layout de sua casa, cobiçar as coisas que você possui e saber exatamente onde você está dentro de sua casa. Durante o dia você pode observar com alguma facilidade alguém “investigando” sua casa ou seu prédio. Mas durante a noite essa pessoa pode se esconder a poucos metros de um local iluminado e não ser notado por quem está dentro de casa.

A maioria de nós não possui condições de instalar um sistema de alarme e de monitoramento de primeira linha ao redor de nossas casas. Mas existem alternativas mais acessíveis, tais como um cão (não precisa ser uma fera, mas um que faça o máximo de barulho com a aproximação de estranhos), trancas nas portas, grades, cercas eletrificadas, concertinas, etc. Mas o melhor e mais barato dispositivo de segurança preventiva é o estado de alerta. Assim, antes de sair de casa (a pé ou de carro) verifique a rua onde mora a procura de pessoas suspeitas que estejam na calçada ou no interior de carros ou motos.

Evite receber correspondências relacionadas ao trabalho policial na sua residência. Peça a empresa que envie o material para o seu local de trabalho. Sempre preencha cadastros com o endereço do trabalho como sendo o residencial. Não é preciso que os vizinhos saibam que você trabalha na polícia.

A mesma ideia vale para o seu uniforme ou para qualquer parte dele (coturnos e calças operacionais). Se for possível, evite sair ou chegar em casa com esse tipo de roupa. Um criminoso, mesmo o mais idiota, pode identificar um uniforme a quilômetros de distância.

Mude o trajeto da sua casa para o trabalho. Varie essa rota e cheque pelo espelho retrovisor se você não está sendo seguido. Se você suspeitar que está sendo seguido, faça algumas conversões (dobre algumas esquinas) ou circule o quarteirão para se certificar de que o veículo de fato o segue. Não vá para casa de jeito nenhum.

Sabemos que não devemos levar trabalho para casa, mas a verdade é que o trabalho sempre nos persegue. E basta portar uma arma, a carteira funcional e a agenda do celular com os números dos colegas para que isso aconteça. Sabemos também que as políticas de segurança pública são patéticas e que os cidadãos não possuem o direito de se defenderem por meio das armas de fogo. Num cenário como esse, fico incomodado em saber que alguns policiais não portam armas quando estão de folga. Outros sequer possuem armas próprias em casa. Outros ainda vão para o trabalho sem uma arma de fogo. Sinceramente, um dos melhores benefícios do trabalho policial é ser capaz de portar uma arma de fogo em qualquer situação mesmo após a aposentadoria.


Em uma sociedade realmente moral e civilizada, as pessoas somente interagem pela persuasão. A força não tem lugar como método válido de interação social e a única coisa que remove essa força da equação é uma arma de fogo, por mais paradoxal que isso possa parecer. Quando eu porto uma arma, você não pode lidar comigo pela FORÇA. Você precisa usar a RAZÃO para tentar me persuadir, porque eu possuo uma maneira de anular suas ameaças ou uso da força. A arma de fogo é o único instrumento que coloca em pé de igualdade uma mulher de 50 Kg e um assaltante de 105 Kg; um aposentado de 75 anos e um marginal de 19, e um único indivíduo contra um carro cheio de bêbados com bastões de baseball. A arma de fogo remove a disparidade entre força física, tamanho, número de agressores em potencial e alguém se defendendo. Quando eu porto uma arma, eu não o faço porque estou procurando encrenca, mas porque espero ser deixado em paz. A arma na minha cintura significa que eu não posso ser forçado, somente persuadido. Eu não porto uma arma porque tenho medo, mas porque ela me permite não ter medo. Ela não limita as ações daqueles que iriam interagir comigo pela razão, somente daqueles que pretenderiam fazê-lo pela força. Ela remove a força da equação. E é por isso que portar uma arma é um ato civilizado. Então, a maior civilização é onde todos os cidadãos estão igualmente armados e só podem ser persuadidos, nunca forçados. (KLOOS, Why the gun is civilization).


Você também deve praticar com sua arma simulando condições fora do serviço, já que praticamente nenhuma organização policial promove qualquer treinamento com o uso velado da arma. Ao invés de verificar quantos impactos atingiram o alvo de papel, realize algum treino mais próximo do razoável para situações de risco. Simule que você está numa farmácia durante um assalto, seus braços estão levantados (posição de rendição) e você está de frente para o criminoso. Olhe a sua volta para identificar um comparsa. Treine como seria levantar a camisa, sacar RÁPIDO e atirar contra o bandido. Grite “polícia”. Olhe a sua volta novamente. Onde está o comparsa agora? Dica: nunca levante as mãos muito para o alto. Se você for abordado e os criminosos ordenarem que você levante as mãos, faça isso de modo que elas fiquem na altura dos ombros, no máximo. Desse modo, você pode alcançar sua arma com mais RAPIDEZ sem ter que fazer um movimento brusco e muito longo.

Se você estiver a pé, talvez indo para o ponto de ônibus, tenha um nível de atenção que possa abranger 360° a sua volta. Essa área deve se estender alguns metros adiante. Dependendo do lugar, do horário, etc., talvez você precise ampliar esse alcance. Procure identificar as pessoas e o que elas estão fazendo. Qualquer pessoa que pareça suspeita deve ser foco da sua atenção.

Mantenha um telefone celular sempre ao alcance e com bateria plena. Considere não inserir códigos de segurança ou bloqueio de teclas que possam atrasar ou dificultar uma ligação de emergência. Configure as teclas de discagem rápida do seu celular para ser capaz de discar para a polícia ou para algum colega. Ligar para o 190 é bom, mas muitas vezes é melhor ligar para um colega que é seu AMIGO DE VERDADE. Por isso também é importante fazer amigos em todas as polícias. Mas dependendo da organização policial onde você trabalha é preciso saber para quem NÃO se deve pedir ajuda, ainda que seja o colega da sala ao lado.

Estas são apenas algumas dicas que podem tornar sua vida e a vida das pessoas que você ama mais seguras. Isso não tem nada haver com ser paranoico; tem haver com estar alerta em relação aquilo e aqueles que estão a sua volta. Tem haver com estar preparado e ter um plano de ação porque muitas vezes os criminosos nos transformam em vítimas de seus crimes. Portanto, não seja uma vítima; tenha um plano; tenha um plano B; reaja; e faça com que os criminosos se arrependam de terem cruzado o seu caminho.


Porque a Arma é Civilização, Markos Kloos (http://jpfo.org/articles-assd02/marko.htm).

sábado, 19 de janeiro de 2013

Lar, doce lar! (Parte 1)

"Eis meu lar, minha casa, meus amores" (Casimiro de Abreu, No lar, 1859).

Nada resume melhor a importância do lar como a frase de Casimiro de Abreu, já que o lar é uma das coisas mais valiosas que se pode ter.

O lar é o oásis no deserto; é a proteção contra a inveja, a intriga, a maledicência, o azedume. É o refúgio contra as tolices e intransigências típicas das frágeis relações no ambiente de trabalho. Mais ainda, é o lugar onde se guardam as preciosidades da vida: a família, as lembranças e os sonhos. Portanto, o lar é o santuário do homem e o local onde ele guarda sua privacidade. Decerto é o lugar onde também se guardam os objetos conquistados com o esforço do trabalho diário.

A casa é tão fundamental que a própria Constituição Federal a considera um local INVIOLÁVEL. O texto informa que “a casa é o asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial.” (Constituição da República Federativa do Brasil, Artigo 5º, Inciso XI).

Assim, com tamanho significado, a casa é o lugar mais sagrado e protegido que pode existir. Talvez esse seja o único conceito compartilhado democraticamente por todos os seres humanos, considerando que até no sistema prisional, o novo preso deve pedir licença aos demais antes de entrar na cela. E se a regra funciona com indivíduos de espíritos e mentes elementares, também funciona com pessoas melhores.

O grau de violência que um arrombador pretende usar quando entra numa casa vazia é totalmente diferente do nível de violência daquele criminoso que força a entrada numa residência ocupada. O gatuno talvez desista da ação e fuja ao primeiro sinal de presença humana. Contudo, o assaltante que invade uma casa habitada está mais que disposto a usar toda a força física para conseguir o que quer. Na verdade, numa situação assim o aumento no grau de violência é apenas uma questão de capricho pessoal, sadismo e um pouco mais de pressão no gatilho do revólver. E não resta dúvida de que algo planejado para ser um simples assalto pode se tornar uma sessão de tortura, abuso e morte. Por isso, o arrombamento de uma casa é um crime sério e com consequências perigosas para seus habitantes.

Mas e quanto à casa de um policial? Bem, é tudo isso e mais um pouco, pois é a fortaleza que o separa e protege contra seus VERDADEIROS inimigos: golpistas, ladrões, assaltantes, assassinos, estupradores, etc. É o local onde ele pode finalmente baixar a guarda e experimentar a merecida paz, certo!? Infelizmente, parece que não!

Na noite de 03/01/2013, dois homens foram baleados após invadirem a casa de um Agente Federal. Ele estava no escritório da residência quando sua esposa chegou do trabalho. Ela estacionou o carro na garagem, abriu a porta da sala, entrou em casa e acionou o controle remoto para fechar o portão. Enquanto o portão era fechado, o policial ouviu um barulho forte vindo da garagem e o grito da esposa. Por ser um policial extremamente experiente e perspicaz, ele logo deduziu tratar-se de um assalto. Daí ele pegou sua arma e seguiu em direção a sala. O policial visualizou os dois assaltantes armados com revólveres no instante em que o primeiro delinquente apontava a arma para a sua esposa. Assim que os projéteis .45 ACP Hidra-Shok começaram a voar pela sala a uma velocidade de 980 km/h, os criminosos começaram uma fuga desesperada, conhecida como a “corrida da morte” (quando deixam para trás bonés, carteiras, armas, chinelos, comparsas). Os assaltantes correram para a garagem, mas como o portão já estava fechado, eles escalaram um muro alto e arrebentaram a cerca eletrificada. De acordo com testemunhas, lá fora um terceiro bandido deu fuga aos criminosos e os levou ao pronto socorro da cidade.

A notícia no jornal local informou que “após um cerco na região, policiais interceptaram um veículo com outros três suspeitos que teriam auxiliado no crime e no socorro aos baleados. Os policiais fizeram uma busca na casa dos suspeitos e encontraram diversos objetos sem procedência comprovada, além de um revólver que teria sido usado na ação. O primeiro criminoso ferido foi atingido no olho esquerdo, mão direita e cotovelo esquerdo. O outro foi baleado nos dois braços.”

Os dois estão vivos e se recuperam dos ferimentos no sistema prisional. Ao ser perguntado por que invadiu a casa de um policial, o criminoso cego disse: “Sou bandido, mas não sou burro! Dei mole, entrei na casa errada, na casa de um ‘cana’ bravo!”

Certa vez, outro Agente Federal disse que quando criminosos trazem o caos para sua vida, você deve retribuir do mesmo modo. É aí que a caça vira o caçador!

Mesmo com informações preliminares, é possível afirmar que o policial não cometeu qualquer erro. Ao ouvir o barulho vindo da garagem e o grito da esposa, ele imediatamente deduziu que era um assalto e agiu antes que fosse rendido. Ele fez a única coisa viável naquele momento: disparou sua arma até se livrar do perigo. Se ele fizesse diferente, se não acreditasse no perigo, se fosse obediente e tentasse negociar para poupar a vida de sua família, certamente a notícia seria outra.

Agora adivinhem onde estava a arma do policial enquanto ele permanecia no escritório? AO ALCANCE DAS MÃOS. É incrível, mas milhares de policiais quando chegam em casa logo se livram do excesso de peso que representa a arma, o coldre, o carregador sobressalente, o canivete tático e a carteira. É como se o policial desligasse o interruptor do seu estado de alerta justo no lugar mais sagrado que existe: o lar, doce lar. É óbvio que ninguém anda o dia inteiro pela casa com a arma na cintura; talvez alguns policiais ainda levem a arma para o banheiro quando estão sozinhos. Mas é só!

Então, você precisa enxergar a sua casa através dos olhos (ou do olho) do criminoso. Muitas vezes, você torna o trabalho do bandido mais fácil já que ele nem sequer precisa usar a força para entrar na sua casa - ele simplesmente entra por um portão, porta ou janela aberta.

Sempre que você está num lugar familiar a impressão que se tem é de total segurança. Isso acontece na delegacia de polícia, no quartel, dentro da viatura, do carro particular e em casa. Só que isso é uma ilusão, pois ninguém está 100% seguro em todas as ocasiões. Portanto, fique alerta, tranque sua casa o mais rápido que puder SEMPRE e mantenha sua arma de fogo à mão nos momentos que considera mais críticos (enquanto dorme ou espera alguém da família chegar).

Este artigo é uma homenagem ao policial pela reação marcante que salvou sua família e pela admiração e respeito.