sábado, 12 de dezembro de 2020

Criminosos possuem mais direitos que todos

 

Ando com saudades dos anos 70 e 80.

Não julgo a tecnologia e o conforto do século XXI. Lembro da simplicidade das relações humanas e a percepção de que as coisas estavam no lugar, mesmo com alguma imperfeição.

E como policial defendo o trabalho dos colegas, aqui ou em qualquer lugar, e indico pontos que podem melhorar, guardada minha insignificância no contexto geral.

Para algumas pessoas, a ocorrência que ilustra o texto sugeriu hesitação, falta de atenção, uso incorreto das tecnologias menos letais e outras coisas.

O fato foi em junho de 2020, mas o vídeo não foi exposto porque a defesa do indivíduo alegou que a polícia criaria uma imagem do cliente como se ele fosse um assassino frio. Daí a promotoria poderia pedir a pena de morte.

Mas depois de ter atirado nos dois policiais, o criminoso fez mais três tiros contra o sargento caído. O tiro que o matou atravessou o colete e atingiu o tórax.

Ele foi o primeiro policial morto em mais de duas décadas no condado de Tulsa (400 mil habitantes).

Então, o chefe de polícia abriu a coletiva de imprensa dizendo que criminosos "possuem mais direitos" que cidadãos e policiais, e que a sociedade "não deveria" ver um criminoso ser executado, "mas aqui estamos assistindo a execução dum policial. Que tipo de sociedade é essa?"

Infelizmente, os colegas americanos estão experimentando aquilo que conhecemos faz tempo.

Tenho a esperança que a ocorrência traga luz sobre o procedimento mais adequado para tratar algo semelhante no futuro.

Inicialmente, penso que a negativa em obedecer às ordens e qualquer indagação sem sentido sobre a ação policial representam um comportamento perigoso. O que o suspeito esconde? Porque não quer interagir?

Sair e voltar para o carro é sempre um outro grande risco. Ele pegou uma arma?
Com base nisso e na dificuldade de obter a cooperação do suspeito, a equipe pode reavaliar a situação e tratar como um "indivíduo barricado".

Daí, outros recursos podem ser usados: cerco, cães, gás lacrimogêneo, jato d'água, etc. Todas essas ações protegem o policial do contato físico com o suspeito que apresenta um comportamento perigoso. Por isso, todas essas tecnologias DEVEM estar disponível SEMPRE para todos os policiais que realizam o patrulhamento diário ou as investigações de crimes.

Muitas vezes o perigo não está só naquilo que você vê, mas no que você desconhece.

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