sábado, 18 de abril de 2020

Agora sim!


Depois que uma pessoa instruiu que munições e armas podem ser lavadas com água e detergente e penduradas no varal, surge outra dica.

A sugestão do vídeo, que você deve ter visto, é que o revólver pode ser lubrificado antes de ser guardado.

Se você vai guardar a arma por muito tempo e/ou mora numa cidade com alto índice de umidade, a prática pode preservar o equipamento.

Mas antes de portar a arma, é recomendável retirar a camada de óleo, já que a mão pode escorregar durante o saque.

O curioso é que o protagonista diz que após a lubrificação, a arma pode ser embalada num plástico transparente (filme de PVC). Hummm...até vai, se você pensa em não usar a arma por muito tempo.

Mas qual o objetivo de ter uma arma em casa se alguém acha que não irá usá-la por muito tempo? Já foi combinado com o ladrão? A cartomante previu a data da invasão? E o treino a seco?

Na sequência, ele diz que a munição pode ficar no tambor da arma lubrificada. Revólver e munição lubrificados e embalados no filme PVC.

E pra portar? Ora, ter trabalho desfazendo tudo isso? Mete na cintura o “três oitão” lambuzado de óleo automotivo enrolado no plástico e vai pra guerra!

E pra provar que é possível disparar dessa forma, o protagonista faz um furo no plástico com o dedo indicador e pressiona o gatilho. Ele leva um tempinho nessa façanha, mas dispara uns fetins.

Com tanta coisa sendo criada, eu também desenvolvi algo que pode ajudar os inventores a portarem suas armas.

É o coldre cartonado. O usuário enche o coldre com óleo ou água e detergente. Depois é só mergulhar a arma lá dentro e cumprir a missão.

Finalmente, convido os inventores a lerem as duas últimas recomendações de uso e segurança do Informativo Técnico 43 da CBC (junho, 2005).

Se não tem nada bom pra falar...

Minha esposa tem uma frase: Se você não tem nada bom pra falar, fica calado! Ouço isso às vezes. Às vezes!

Então um clube de tiro fez um vídeo sobre segurança e conduta no estande. A iniciativa foi bem até certo ponto.

Num momento do vídeo, o instrutor realizou a inspeção da arma apontando pra caixa de areia.

Mas quando se virou pra câmera, perdeu o controle de cano. Isso é compreensível: certas pessoas perdem a atenção num aspecto do comportamento quando direcionam seu foco pra outra necessidade.

Mas alguém que manuseia uma arma precisa entender essa dinâmica e se esforçar pra manter a segurança mesmo com a atenção noutra coisa.

E como fazer? Se você tem que interagir com os alunos, há 4 opções pra arma fria:
  1. Coldreie e use as mãos.
  2. Use um simulacro.
  3. Use a arma sem apontar pra ninguém. Não se quebra a segurança pra mostrar erros de conduta.
  4. Use indicadores de câmara vazia (Safe Gun Indicator, ShotBlock, Barrel Blok, Safety Rod Barrel).
Então ao entrar no estande, o instrutor apontou a arma aberta pro tórax e disse que era possível adotar aquela postura pra ingressar no box.

Daí ele citou algumas regras de segurança, dentre elas a de que toda arma deve ser considerada carregada sempre. Então que invenção é essa de apontar o cano para o peito?!

Após a inspeção, basta coldrear a arma! Daí ela fica no local correto e as mãos ficam livres.

No final, ele disse que o atirador deveria inserir uma munição na câmara, coldrear antes de sair do box e deixar o clube.

Só que a caixa de areia fora do estande serve pra esquentar a arma também. Se um disparo ocorrer, será na caixa e onde não há pessoas por perto. No estande (box, linha de tiro), você entra e sai com a arma fria.

Você se lembra da frase da minha esposa?! Pois bem! E quando alguém não tem nada bom pra inventar?

Atirando deitado

Quando você aprende a atirar com uma arma de fogo, recebe uma aula sobre os fundamentos do tiro. E dentre eles está a base.

Você também aprende algumas posições de tiro (Weaver, Isóceles, Isóceles Modificada, Bill Jordan, FBI Crouch, Punch Ayoob, 4/Stress, Applegate, Center Axis Relock e por aí vai).

E lhe é mostrado que você pode disparar sua arma de pé (a mais praticada), agachado, sentado, ajoelhado (com um ou os dois joelhos no chão), deitado (de costas, de lado, de bruços).

Como tudo na vida, cada uma dessas posições tem vantagens e desvantagens.

Mas tudo isso depende, fundamentalmente, da situação que você está vivenciando. Ou seja, a sua plataforma de tiro é aquela na qual você se encontra no momento da necessidade, em que pese os pontos negativos.

Mas uma plataforma aparentemente ruim não invalida sua habilidade no tiro. Se você tem uma empunhadura consistente e consegue orientar sua arma na direção certa (noção espacial, cinestesia), será capaz de ser bem sucedido.

Feito isso, seu compromisso passa a ser alcançar uma plataforma melhor.
Isso indica que todo policial deve aprender posições incomuns de tiro, além dos métodos tradicionais.

Por exemplo, atirar caindo, cair para atirar, atirar para ficar de pé, atirar enquanto fica de pé.

O policial precisa experimentar o inusitado (até aonde a segurança permitir) pra perceber que pode se salvar mesmo estando numa condição fora do “padrão”.

No fim das contas, se o policial sobreviveu é porque fez a coisa certa.