Em
13 de fevereiro vi a chamada de um canal de notícias sobre um programa que
discutiria se a sociedade brasileira era realmente violenta ou se isso era
apenas uma impressão causada pelo “impacto de algumas notícias horrorosas”
veiculadas pela imprensa, como afirmou o próprio jornalista. Curioso e na
expectativa da discussão, aguardei a transmissão do programa, que ocorreu às
23h do dia seguinte.
Confesso
que esperava um policial (estudioso ou atuante), um jornalista e um promotor,
talvez. Porém, os convidados eram um professor de Direito, um cientista
político e um historiador. Mesmo considerando a qualificação e inteligência dos
participantes, minha frustração não pode ser contida, porquanto o debate teria
argumentos e explicações distantes daqueles esperados pelas pessoas que correm
riscos de serem vítimas do crime e da violência diariamente. Além disso, poderia
não haver boas e merecidas críticas às “políticas de segurança pública” do
Estado Brasileiro. Sem apontar os erros, os participantes não provocariam o estado
a fazer o que é certo, compelindo-o a sair da sua omissão, incompetência e
amadorismo característicos.
Os
argumentos sobre a violência no Brasil incluíram desde a abolição da escravidão,
a violência política, até o que se chamou de revolução tocqueviliana (quando a
melhoria dos padrões de justiça, igualdade e direitos sociais colide com a
violação destes mesmos padrões). Desse modo, o programa estabeleceu raízes
históricas, antropológicas e sociológicas para a violência no país.
Dias
depois, um governador falou sobre uma tal "sensação subjetiva de
segurança". Cercado por policiais de alta patente, o governador anunciou a
recondução de centenas de policiais da atividade administrativa para a
atividade operacional. Considerando que a segurança é um sentimento pessoal, o
termo utilizado pelo governador foi bem apropriado. Contudo, a expressão sugere
outra coisa. Quer dizer, sensação subjetiva de segurança é quando você acha que
está protegido, mas está, na verdade, correndo sérios riscos.
Entretanto,
tenho uma resposta mais simples para a questão da violência: a causa do crime e
da violência não é a exclusão social ou a pobreza. Não é a falta de
escolaridade ou de educação familiar. Muito menos um fator histórico. É,
sobretudo, o interesse próprio. É a “sementinha do mal”, como diria o Capitão
Nascimento, personagem do filme Tropa de Elite.
Confesso
que se os entrevistados relacionassem os problemas que evidenciam a escalada da
violência, nada seria dito que todos os policiais já não saibam. O pior é que
até o Estado Brasileiro tem plena ciência desses problemas, mas sua saída
estratégica é sempre deixar a questão na mão da polícia. Por sua vez, as
organizações policiais deixam nas mãos dos policiais. Não é à toa, que na
próxima encarnação escolherei uma polícia e um país sérios.
É
possível que você também esteja curioso para saber por que razão o país está
tão violento. Então, menciono cinco motivos:
Primeiro:
existem criminosos demais. São 548.003 internos, segundo dados de dezembro de
2012, do Ministério da Justiça. São 548.003 “sementinhas do mal”, cuja
readaptação ou recuperação é impossível. Apesar de não se conhecer a taxa de
reincidência criminal do Brasil, estima-se que esse índice seja de 70%. O restante
pode representar criminosos que não foram presos novamente ou que morreram em
confrontos com a polícia ou com outros inimigos. Além disso, o encarceramento
não representa a incapacidade de os internos continuarem delinquindo.
Além
disso, parece haver certa benevolência para com o criminoso, o que ele é, e o
que ele faz. Acredita-se que são seres humanos clamando por socorro e
oportunidade quando, na verdade, são indivíduos que devem ser separados e
encarcerados pelo maior tempo possível. Um longo tempo na prisão representa
fôlego e esperança de vida para cada cidadão honesto. Com a frouxidão estatal,
criminosos se sentem à vontade para impor o pânico e a destruição.
Se
isso não bastasse, “A taxa de elucidação dos inquéritos de homicídios no Brasil
varia apenas de 5% a 8%”, é o que disse o Advogado e Professor Luiz Flávio
Gomes, num artigo publicado na revista eletrônica Consultor Jurídico, em
30/08/2012. Se no caso mais grave, o homicídio, o percentual é tão baixo, o que
dizer do percentual de elucidação dos demais crimes, tais como os furtos e os roubos.
Sobre
isso, o Sindicato dos Policiais Federais de Minas Gerais informou que “O
último cômputo divulgado pelo Conselho Nacional do Ministério Público, no
estudo “MP – Um retrato”, atualizado até abril de 2013, mostrou que dos 5,3
milhões de casos criminais enviados pela polícia ao MP, nos estados e no
Distrito Federal, 648 mil (12%) foram arquivados e apenas 589 mil (11%) resultaram
em oferecimento de denúncia. As investigações ainda sem solução, incluindo
todos os tipos de crimes, chegam a 4,1 milhões (77%).”
Com
uma taxa de desempenho tão ruim, é possível inferir que existam centenas de
milhares ou milhões de criminosos à solta. Este é o segundo motivo.
Terceiro:
todos os bandidos usam armas, normalmente armas de fogo. Como possuem baixa
tolerância ao fracasso, seu sucesso se baseia na surpresa, violência e
supremacia do ataque. A única coisa que faz do criminoso um indivíduo a ser
temido é a presença da arma de fogo. Sem ela, todo criminoso acuado se
transforma num covarde típico e ator talentoso. Basta observar o comportamento
dos bandidos que são pegos pela população, como mostram alguns vídeos
publicados na Internet. Invariavelmente, eles se jogam no chão e não reagem,
fingindo estarem machucados, inconscientes ou mortos. Alguns ainda gemem,
imploram por ajuda ou pedem clemência. Eles pedem tudo aquilo que sempre negam
às vítimas. O objetivo de tanta desfaçatez é enganá-lo a ponto de fazer com que
você acredite que ali está um excluído social, fruto de uma luta de classes
injusta.
Quarto:
infelizmente, na luta pela sobrevivência, a polícia dá o pior conselho
possível: nunca reaja! Sem opção, doutrinada por tanto tempo, por medo e por
não saber o que fazer, a população cede ao abuso criminoso. Quando decide fazer
algo para se salvar, o medo e a ignorância induzem a vítima a brigar com
criminoso, quando deveria LUTAR PELA
POSSE DA ARMA.
Quinto:
você se lembra da expressão "sensação subjetiva de segurança"? Pois
bem, eu disse que isso era um sentimento pessoal. E tal sensação de segurança
ou insegurança aumenta ou diminui conforme a confiança no estado, no trabalho
da polícia, no compromisso do policial e na própria capacidade para resistir a
um ataque criminoso. Certamente, você já sabe que não se deve confiar no estado;
que o trabalho da polícia está sujeito às circunstâncias políticas; e que o
policial está cansado de "enxugar gelo". Você também já compreende
que a primeira providência dos governos socialistas/comunistas/bolivarianos/totalitários
é negar seu direito de autodefesa por meio de políticas de desarmamento que,
paradoxalmente, mantém criminosos armados e livres (em que pese o empenho de
cada policial verdadeiro que tenta vencer a desmotivação e a incompreensão
social). Assim, o país está violento porque você não pode ter uma arma para se
defender.
E enquanto
a sensação de segurança é apenas um sentimento falso, A DEFESA É UMA AÇÃO MUITO MAIS EFICAZ CONTRA O CRIME E A VIOLÊNCIA.
Portanto, resista ao estatuto do desarmamento; tenha uma arma, treine com ela e
viva em paz!