Nada
resume melhor a importância do lar como a frase de Casimiro de Abreu, já que o
lar é uma das coisas mais valiosas que se pode ter.
O
lar é o oásis no deserto; é a proteção contra a inveja, a intriga, a
maledicência, o azedume. É o refúgio contra as tolices e intransigências
típicas das frágeis relações no ambiente de trabalho. Mais ainda, é o lugar
onde se guardam as preciosidades da vida: a família, as lembranças e os sonhos.
Portanto, o lar é o santuário do homem e o local onde ele guarda sua
privacidade. Decerto é o lugar onde também se guardam os objetos conquistados
com o esforço do trabalho diário.
A
casa é tão fundamental que a própria Constituição Federal a considera um local INVIOLÁVEL. O texto informa que “a casa
é o asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem
consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou
para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial.”
(Constituição da República Federativa do Brasil, Artigo 5º, Inciso XI).
Assim,
com tamanho significado, a casa é o lugar mais sagrado e protegido que pode
existir. Talvez esse seja o único conceito compartilhado democraticamente por
todos os seres humanos, considerando que até no sistema prisional, o novo preso
deve pedir licença aos demais antes de entrar na cela. E se a regra funciona com
indivíduos de espíritos e mentes elementares, também funciona com pessoas
melhores.
O
grau de violência que um arrombador pretende usar quando entra numa casa vazia
é totalmente diferente do nível de violência daquele criminoso que força a
entrada numa residência ocupada. O gatuno talvez desista da ação e fuja ao
primeiro sinal de presença humana. Contudo, o assaltante que invade uma casa
habitada está mais que disposto a usar toda a força física para conseguir o que
quer. Na verdade, numa situação assim o aumento no grau de violência é apenas
uma questão de capricho pessoal, sadismo e um pouco mais de pressão no gatilho
do revólver. E não resta dúvida de que algo planejado para ser um simples assalto
pode se tornar uma sessão de tortura, abuso e morte. Por isso, o arrombamento
de uma casa é um crime sério e com consequências perigosas para seus
habitantes.
Mas
e quanto à casa de um policial? Bem, é tudo isso e mais um pouco, pois é a
fortaleza que o separa e protege contra seus VERDADEIROS inimigos: golpistas, ladrões, assaltantes, assassinos,
estupradores, etc. É o local onde ele pode finalmente baixar a guarda e
experimentar a merecida paz, certo!? Infelizmente, parece que não!
Na
noite de 03/01/2013, dois homens foram baleados após invadirem a casa de um Agente
Federal. Ele estava no escritório da residência quando sua esposa chegou do
trabalho. Ela estacionou o carro na garagem, abriu a porta da sala, entrou em
casa e acionou o controle remoto para fechar o portão. Enquanto o portão era
fechado, o policial ouviu um barulho forte vindo da garagem e o grito da
esposa. Por ser um policial extremamente experiente e perspicaz, ele logo
deduziu tratar-se de um assalto. Daí ele pegou sua arma e seguiu em direção a
sala. O policial visualizou os dois assaltantes armados com revólveres no
instante em que o primeiro delinquente apontava a arma para a sua esposa. Assim
que os projéteis .45 ACP Hidra-Shok começaram a voar pela sala a uma velocidade
de 980 km/h, os criminosos começaram uma fuga desesperada, conhecida como a
“corrida da morte” (quando deixam para trás bonés, carteiras, armas, chinelos,
comparsas). Os assaltantes correram para a garagem, mas como o portão já estava
fechado, eles escalaram um muro alto e arrebentaram a cerca eletrificada. De
acordo com testemunhas, lá fora um terceiro bandido deu fuga aos criminosos e
os levou ao pronto socorro da cidade.
A
notícia no jornal local informou que “após um cerco na região, policiais interceptaram
um veículo com outros três suspeitos que teriam auxiliado no crime e no socorro
aos baleados. Os policiais fizeram uma busca na casa dos suspeitos e encontraram
diversos objetos sem procedência comprovada, além de um revólver que teria sido
usado na ação. O primeiro criminoso ferido foi atingido no olho esquerdo, mão
direita e cotovelo esquerdo. O outro foi baleado nos dois braços.”
Os
dois estão vivos e se recuperam dos ferimentos no sistema prisional. Ao ser
perguntado por que invadiu a casa de um policial, o criminoso cego disse: “Sou
bandido, mas não sou burro! Dei mole, entrei na casa errada, na casa de um ‘cana’
bravo!”
Certa
vez, outro Agente Federal disse que quando criminosos trazem o caos para sua
vida, você deve retribuir do mesmo modo. É aí que a caça vira o caçador!
Mesmo
com informações preliminares, é possível afirmar que o policial não cometeu
qualquer erro. Ao ouvir o barulho vindo da garagem e o grito da esposa, ele
imediatamente deduziu que era um assalto e agiu antes que fosse rendido. Ele
fez a única coisa viável naquele momento: disparou sua arma até se livrar do
perigo. Se ele fizesse diferente, se não acreditasse no perigo, se fosse
obediente e tentasse negociar para poupar a vida de sua família, certamente a
notícia seria outra.
Agora
adivinhem onde estava a arma do policial enquanto ele permanecia no escritório?
AO ALCANCE DAS MÃOS. É incrível, mas
milhares de policiais quando chegam em casa logo se livram do excesso de peso
que representa a arma, o coldre, o carregador sobressalente, o canivete tático
e a carteira. É como se o policial desligasse o interruptor do seu estado de
alerta justo no lugar mais sagrado que existe: o lar, doce lar. É óbvio que ninguém anda o dia inteiro pela casa com a arma na cintura; talvez alguns policiais ainda levem a arma para o banheiro quando estão sozinhos. Mas é só!
Então,
você precisa enxergar a sua casa através dos olhos (ou do olho) do criminoso.
Muitas vezes, você torna o trabalho do bandido mais fácil já que ele nem sequer
precisa usar a força para entrar na sua casa - ele simplesmente entra por um
portão, porta ou janela aberta.
Sempre
que você está num lugar familiar a impressão que se tem é de total segurança.
Isso acontece na delegacia de polícia, no quartel, dentro da viatura, do carro
particular e em casa. Só que isso é uma ilusão, pois ninguém está 100% seguro
em todas as ocasiões. Portanto, fique alerta, tranque sua casa o mais rápido que puder SEMPRE e mantenha sua arma de fogo à
mão nos momentos que considera mais críticos (enquanto dorme ou espera alguém da família chegar).
Este
artigo é uma homenagem ao policial pela reação marcante que salvou sua
família e pela admiração e respeito.