Dados dos últimos quatro anos demonstraram uma média
anual de quase 400 policiais mortos no Brasil.
Destes casos, 75% dos policiais não estavam trabalhando
(folga), representando 300 colegas assassinados anualmente.
Mas se o policial é mais ativo e proativo durante o
trabalho, qual a razão para a maior quantidade de policiais mortos fora do
serviço?
Com tanto trabalho policial sendo realizado, em que
pesem as dificuldades impostas diariamente, era de se imaginar menos policiais
mortos de folga.
Durante a atividade, o policial se dirige rumo ao
problema como um predador (é o que se espera). De folga, ele está encoberto
pelo anonimato e distante da ocorrência. E aqui eu encontro a primeira
resposta. No primeiro caso, o policial é quem toma a iniciativa na maioria dos
casos (ele é o caçador). Já no segundo caso, esse espírito parece esmaecer. Por
quê?
Assim como eu, talvez você já tenha alguma ideia
enquanto lê este texto.
Mas antes de fornecer outras respostas, eu convido você
para algo novo. Ao deixar o uniforme ou o distintivo de lado (em casa ou no
trabalho), pergunte a si mesmo:
1. Eu
sei os lugares que não devo frequentar?
2. Eu
estou reavaliando meu comportamento com frequência?
3. Consigo
passar despercebido aos olhos do criminoso?
4. Eu
realmente já distingui as situações nas quais irei agir daquelas que não devo
atuar?
5. Apesar
da folga, ao menos guardo o estado de alerta e prontidão?
6. Eu
tenho treinado com a arma que porto?
7. Ainda
que eu não tenha munição, realizo o treino a seco?
8. Tenho
como me identificar como policial pra um colega à paisana ou guarnição?
9. Tenho
como imobilizar a pessoa contra quem usei a força?
10. Tenho
como me comunicar com a polícia ou o SAMU?
11. Tenho
o que é necessário pra recarregar minha arma?
12. Tenho
o que é preciso pra interromper um sangramento?
13. Tenho
condição de resistir com força e por mais tempo em razão do meu preparo físico?
14. Meus
colegas de trabalho pensam que sou doido ou exagerado?
Qual foi sua
resposta?
Portanto, se você respondeu SIM, está no caminho dos sobreviventes. Se você respondeu NÃO a qualquer pergunta, peço que
reflita sobre sua mentalidade e seu estado de espírito, pois eles refletem no
seu comportamento e nas suas ações.
Mas faça isso em casa, pois na rua você pode ser
atacado em qualquer lugar e a qualquer hora. A folga é apenas um estado
laboral, mas nunca um estado mental ou de espírito.
Finalmente, convide um colega para responder esse
questionário. Assim você também pode ajudá-lo a melhorar.
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