quarta-feira, 24 de abril de 2019

O papel do professor

A razão para a existência do policial está relacionada com a proteção dos direitos do cidadão. Por isso proteger e servir é o lema de muitas instituições internacionais. O principal direito é a vida; depois a liberdade e o patrimônio.

E como existem pessoas dispostas a tomar tudo o que as outras possuem, o policial precisa ser capaz de enfrentar o perigo. Mas ele só pode ter sucesso nessa tarefa se estiver vivo também.

Portanto, as academias tratam o treinamento sob o aspecto da sobrevivência policial, que nada mais é do que a habilidade para continuar vivo nas condições adversas.

Então, o trabalho do policial tem relação com a vida do cidadão; e o trabalho da academia e do instrutor, com a vida do colega. E mesmo quando o policial está na pior situação, o professor reforça outro lema: “Nunca desistir!”.

Recentemente, recebi diversos vídeos de cursos de tiro aonde os participantes eram colocados em situações de risco real. E ainda que um acidente possa ocorrer num ambiente controlado, o comportamento ruim não pode ser reforçado. Isso contraria a mais básica regra de segurança, criada justamente para preservar a vida do policial.

O risco de uma perda não vale qualquer benefício, mesmo que se queira “incluir o estresse ou a realidade” na linha de tiro. Para se alcançar um pouco dessa condição, basta usar as dinâmicas e as ferramentas certas.

O propósito de todo treinamento tem afinidade com um comportamento e habilidades em prol da vida do policial e do cidadão.

Então essa mensagem é para você que pretende desenvolver uma atitude positiva com uma arma: procure pessoas alinhadas com isso. E eu cito aqueles que você pode procurar (em ordem alfabética):

·         Andrade, da Andrade Combat
·         Bruno, da Brazilian Sheepdog
·         Cleidson, da Impactus Tactical
·         Esperandio, da ETC
·         Jhony, da Jhony Tactical
·         Os colegas da Defenda-se
·         Rangel e Israel, da Sabre Tactical South      
·         Siderley, da CS3

E se você quer um selo de qualidade, é só procurar o Roseira e a Liz, do Canal Lado R, que tem feito treinos com esses e outros professores.

Assim, eu desejo que você treine CERTO e fique A SALVO.

Humberto Wendling é policial, instrutor de armamento e tiro e autor dos livros Autodefesa contra o crime e a violência e Sobrevivência Policial.

sábado, 6 de abril de 2019

Active Shooter


Ontem eu publiquei o vídeo "Atirador Ativo: o que fazer". A razão foi simples. Perguntei pra minha filha se o diretor do colégio havia conversado com os alunos sobre a ocorrência em Suzano. Perguntei se algum professor havia tocado no assunto. Perguntei se ela sabia o que fazer. Peguntei se os colegas dela sabiam o que fazer. Ela disse "NÃO. SÓ OS ALUNOS FALARAM SOBRE O QUE OCORREU." Perguntei se havia uma saída alternativa. Se era possível sair pela janela. Se era possível trancar a porta.
Ela disse "NÃO". Então mostrei as imagens pra ela e perguntei mais uma vez: "o que você faria?" Ela disse: "NÃO SEI!" Então fiz o vídeo.

Mas um comentarista não gostou da palavra "atirador". Ele alegou que sua utilização poderia denegrir a imagem do atirador esportivo.

Pergunto: está escrito "atirador ESPORTIVO" no início do vídeo? Você usa arma de fogo ilegal? Você está comprometido em matar inocentes? Antes de comentar, você estudou o assunto?

O termo "atirador ativo" e "assassino em massa" são conceitos técnicos estipulados por organismos como o FBI e o DHS. A terminologia não foi criada por mim e o conteúdo, bem como as palavras, se basearam nesses estudos. O vídeo é a apresentação da política americana pra casos dessa natureza.

Como armamentista, entendo que o cidadão tem o direito de exercer sua proteção. O vídeo não possui relação com o esporte do tiro ("será que eu tenho escrever isso?"), nem faz juízo de valor sobre os criminosos. E está fora do escopo do vídeo, e do próprio canal, limitar o conhecimento e "arrumar" palavras pra reinventar a roda (desprezando termos técnicos em vigor) em razão da incapacidade de interpretação do conteúdo ou outro entendimento mirabolante.

Me preocupo que as pessoas saibam o que podem fazer, mais do que com uma palavra.

Coldre lateral externo


Semana passada comprei 2 coldres para teste: um pra porte velado frontal e outro pra uso lateral externo.

Num post anterior, avaliei o 1° coldre. Agora tratarei do 2°. Eu prefiro o porte lateral velado, mesmo usando o tipo paddle (tipicamente feito pra uso ostensivo). E como faço? Seleciono camisas que permitam dissimular o coldre que utilizo.

Gostei do conforto do coldre externo. O modelo deixou a empunhadura da pistola na altura correta. Essa altura pode ser ajustada: mais baixa (pra não encostar no colete balístico) ou mais alta (pro saque mais rápido). Pra isso é só regular os passadores.

Há ajuste de inclinação, apesar dos coldres rígidos favorecerem o saque vertical, diferente do tipo "panqueca". O saque vertical ajuda na apresentação correta da arma ("espetando", movimento pra cima e depois pra frente). Já o panqueca favorece o apresentação do tipo "boliche" (a ser evitada). Os passadores importados são de plástico e possuem duas medidas internas. Uma delas tem 1 polegada e 3/4 (4,44 cm). O comprador precisa informar qual a medida que necessita.

Os passadores se ajustaram à altura do cinto BDU (na vertical e quando inclinados). Isso é importante porque durante o saque, havendo folga entre o passador e o cinto, o coldre se movimenta pra cima junto com a arma, atrasando sua saída.

O modelo protege todo o ferrolho do contato c/ o corpo, incluindo a alça de mira (suscetível a pancadas e desajustes). O saque é facilitado pelo afastamento do coldre em relação ao corpo, deixando espaço considerável pro polegar atacar o punho da arma.

O termoplástico é o 080. Existe, ainda, um parafuso pra ajuste de retenção.

Coldre frontal


Hoje comprei coldres para teste: um pra porte velado frontal e outro pra uso lateral externo.

Neste primeiro post, tratarei do 1° modelo.

Apesar de preferir o porte lateral velado, gostei da dissimulação e do conforto do coldre velado. O modelo deixou a empunhadura da pistola na altura correta pra mim, permitindo uma pegada mais envolvente.

Mesmo sentado, o coldre mostrou ser confortável. A presilha de metal se ajustou à altura do cinto BDU (uma obrigatoriedade) e ficou firme no saque rápido. Não recomendo o porte sem cinto, mas a presilha manteve o coldre firme nessa situação.

O coldre possibilita a inclinação da presilha pra que se ajuste ao porte lateral velado. O flap metálico auxilia a dissimulação da arma, mas pode ser removido.

O modelo protege todo o ferrolho do contato com o corpo, incluindo a alça de mira (suscetível a pancadas e desajustes). O termoplástico é o 080. Existe, ainda, um parafuso pra ajuste de retenção, que precisa ser feito conforme a preferência.