O
policial pode não estar ciente sobre uma antiga lei que exige total
comprometimento com a excelência na aptidão física. Em benefício da
sobrevivência, ele deve treinar para atingir extraordinário condicionamento
físico se não quiser sofrer as consequências dessa lei. É o código das ruas,
que diz que a sobrevivência está COM O
MAIS FORTE.
Todos
os dias, policiais de todos os lugares do mundo são agredidos com socos,
chutes, cotoveladas, mordidas, facadas, ferramentas, porretes, espadas,
veículos e, em muitas ocasiões, com suas próprias armas de fogo.
Enquanto
um policial se esforça para superar a resistência de um criminoso ou tenta
vencer uma luta desesperada pela vida, ele precisa não só de habilidades
táticas, mas de cada pedaço de força, flexibilidade, mobilidade e resistência
disponível. Esses atributos apenas se desenvolvem com o treinamento constante,
pois se deterioram rapidamente quando o policial deixa de praticar.
Todas
as instituições policiais brasileiras possuem padrões de condicionamento físico
para ingresso na carreira. Contudo esses padrões, para qualquer nível de
aptidão, terminam exatamente quando a necessidade urgente de aplicação desses
atributos começa.
A
tentação para a inatividade física deve ser vigorosamente combatida, já que a
defesa contra agressões físicas é parte do trabalho policial. É preciso ter
sempre em mente que os futuros adversários dos policiais estão treinando duro
para serem capazes de matá-los.
Se
o policial está treinando agora, ele NÃO
PODE PARAR... NUNCA! É comum policiais serem ridicularizados porque não
conseguiram se levantar após efetuarem alguns tiros na posição deitado durante
os treinamentos.
Em
seguida, vem um padrão que se repete ano após ano. À medida que os policiais
bem condicionados envelhecem, tornam-se complacentes e são atingidos por outras
prioridades. Então eles começam a intervalar os treinos. O tempo passa, os
intervalos ficam cada vez maiores e esses policiais se transformam naqueles que
sofrem para sair da posição deitado durante um treinamento de tiro.
Do
primeiro até o último dia de trabalho, o policial pode experimentar tiroteios,
perseguições a pé e chamados para socorrer colegas em perigo. Ele também irá
descobrir que criminosos são incapazes de poupar alguém em respeito à sua idade
ou aparência frágil.
O
treinamento físico possui um papel fundamental na sobrevivência policial tanto
quanto na qualidade de vida de um policial. Recomenda-se que ele corra, levante
pesos, alongue-se e lute enquanto viver e PARA
VIVER. Isso não vai interromper seu envelhecimento, mas permitirá que
continue fazendo o que ama, por mais tempo e melhor. Sua vida depende disso
agora e sua qualidade de vida dependerá disso mais tarde.
Trecho introdutório do capítulo Fator Físico, do livro Sobrevivência Policial - morrer não faz parte do plano, 2018, Clube de Autores.
Trecho introdutório do capítulo Fator Físico, do livro Sobrevivência Policial - morrer não faz parte do plano, 2018, Clube de Autores.