Da onde
surgiu a ideia de criar essa história? O que te inspirou para escrever o seu segundo
livro?
O livro Sobrevivência Policial é a segunda parte
de um projeto literário orientado para policiais que foi iniciado em 2002, após
a conclusão do Curso de Instrutor de Tiro da Polícia Federal. Em razão da
extensão do tema, esse projeto foi dividido em quatro segmentos: Autodefesa;
Sobrevivência Policial; Estresse e o Confronto Armado; e Armamento e Técnicas
de Tiro.
Como foi escrever um livro? Por que começou a
escrever?
Escrever e
finalizar o livro Sobrevivência representou
a conclusão de um período de mais de quatro anos de estudos e pesquisas sobre o
tema. Representa também o sonho de contribuir para a melhoria no trabalho
policial e a salvaguarda dos meus colegas policiais que optaram por essa nobre
e árdua carreira.
O livro
começou a ser escrito porque, ao longo da nossa história, muitos colegas têm
sido assassinados, e nada ou pouca coisa tem sido feita para impedir essas
ocorrências. Em média, são mortos 360 policiais brasileiros todos os anos.
Portanto, o livro Sobrevivência Policial
surgiu do forte desejo de virar esse jogo.
O livro é baseado em suas experiências ou de alguém
que você conhece?
O livro intercala as histórias de policiais americanos e brasileiros que perderam o confronto de suas vidas, bem como as
narrativas daqueles que sobreviveram. Desse modo, o colega pode
avaliar as ocorrências para determinar o que foi feito de errado e o que ele
faria se estivesse no lugar dos colegas.
Engloba também dois estudos de casos internacionais, o Tiroteio de Miami e o
Incidente de Newhall, bem como a análise de dados sobre policiais mortos num
período de 20 anos.
Como surgiu o título?
O título
surgiu da terminologia inglesa police
survival, tema que surgiu nos Estados Unidos por ocasião do Incidente de
Newhall, que vitimou quatro patrulheiros numa única ocorrência. É também uma
referência ao blog aonde publico artigos de interesse policial desde 2009.
Se você tivesse que fazer tudo de novo, você
mudaria alguma coisa em seu livro?
Felizmente,
o livro foi lançado pelo Clube de Autores, já incluindo o material que seria
divulgado por ocasião da publicação de uma possível segunda edição. O livro é
um alerta para a falta de dados, pesquisas e informações confiáveis sobre as
mortes de policiais brasileiros, não só em confrontos armados, mas em outros
tipos de acidentes.
Existe alguma coisa que você encontra
particularmente desafiadora em sua escrita?
O mais
desafiador é encontrar material, literatura policial nacional. Existem algumas
iniciativas de outros policiais escritores, mas que carecem da devida
publicidade e interesse do próprio público (muitas dessas obras foram citadas
no livro, até como forma de divulgação).
Qual foi a parte mais difícil de escrever seu
livro?
A parte mais
difícil foi dividir o tempo entre o trabalho, os estudos, a família e outras
demandas pessoais.
Apesar de a
literatura ser inédita no Brasil, tenho grande consideração por aqueles que
compreendem a necessidade de estar pronto para a hora da verdade, independente
do nome ou da nacionalidade. De qualquer forma, é de se louvar o trabalho
desenvolvido pelo FBI, pelo NYPD (Departamento de Polícia de Nova Iorque), pelo
CHP (Polícia Rodoviária da Califórnia) e outros departamentos de polícia
americanos e algumas instituições policiais brasileiras que iniciam algum
trabalho na área da sobrevivência policial, contando com o serviço voluntário
de seus policiais.
No que você está trabalhando agora? Pode nos contar
qual sua inspiração para o próximo livro?
Agora vou
iniciar os estudos para o terceiro livro do projeto inicial, ou seja, o
Estresse e o Confronto Armado, que espero publicar pelo Clube de Autores.
Também tenho investido em equipamentos e aprendizado para melhorar o canal no
YouTube, que pretendo utilizar como ferramenta para divulgação de conteúdo
policial. E aproveitando a oportunidade, tenho um plano de disponibilizar a
palestra Autodefesa como curso online, assim o conhecimento pode alcançar maior
número de pessoas e melhorar a segurança delas.
Que livros mais influenciaram a sua vida?
Nenhum livro
chegou a influenciar minha vida, mas a leitura de centenas de artigos escritos
por policiais e pesquisadores da área que abriram os horizontes da minha
experiência profissional e como autor do livro Autodefesa e Sobrevivência
Policial. Infelizmente, todos os artigos são estrangeiros, o que demonstra
como estamos atrasados na produção de dados e conhecimento policial. Além
disso, foi o convívio e o aprendizado que tive com magníficos Agentes da
Polícia Federal, Policiais Militares e Policiais Civis durante esses 21 anos de
atividade policial.
Que livro você está lendo agora?
Agora estou
lendo o livro Soldados – Sobre lutar,
matar e morrer.
Quem é o seu autor favorito e o que é que realmente
impressiona sobre o seu trabalho?
Meu autor
predileto é o FBI (Federal Bureau of
Investigation), seus relatórios, pesquisas, artigos e boletins. O trabalho
desenvolvido pelo FBI é um manancial de conhecimento sobre a atividade
policial. A capacidade de pesquisa do órgão é tão relevante que outras
instituições policiais americanas simplesmente tomam nota sobre os resultados,
pois consideram que se funciona para o FBI, também funciona para elas.
Você tem algum conselho para os outros escritores?
Nunca
desista! Não perca seu tempo com grandes editoras; não perca seu dinheiro com
editoras por demanda; publique por conta própria nas plataformas de
autopublicação, como o Clube de Autores e a Amazon Brasil.
Você tem alguma coisa específica que queira dizer a
seus leitores?
Leiam o
livro e fiquem a salvo.